ECONOMIA

Como a queda da Selic afeta a sua vida financeira

SELIC: Vantagens e desvantagens com Crédito mais barato, Poupança menos rentável, Renda fixa menos atrativa.

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é usada como referência para o custo do crédito, a remuneração da poupança e dos investimentos em renda fixa, e a inflação. A Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se reúne a

cada 45 dias para avaliar o cenário econômico e decidir se mantém, aumenta ou reduz a taxa.

No último dia 20 de setembro, o Copom anunciou uma nova redução na Selic, que passou de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano1. Essa foi a segunda queda consecutiva da taxa, que começou a recuar em agosto deste ano. Com isso, a Selic chegou ao menor patamar dos últimos 16 meses.

Mas o que isso significa para o seu bolso? Como a queda da Selic afeta a sua vida financeira? Neste artigo, vamos explicar os principais efeitos da redução dos juros na economia e nas suas finanças pessoais. Confira!

Crédito mais barato

Um dos principais benefícios da queda da Selic é a redução do custo do crédito. Isso porque a taxa básica de juros influencia as taxas cobradas pelos bancos e instituições financeiras nos empréstimos, financiamentos da casa própria, e cartões de crédito.

Quando a Selic cai, os bancos podem repassar essa queda para os seus clientes, oferecendo crédito mais barato. Isso estimula o consumo e o investimento das famílias e das empresas, movimentando a economia e gerando emprego e renda.

No entanto, é importante ressaltar que a queda da Selic não significa que o crédito ficou barato no Brasil. Na verdade, as taxas de juros no país ainda estão entre as mais altas do mundo, principalmente no cheque especial e no cartão de crédito rotativo.

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Por isso, antes de contratar um crédito, é fundamental pesquisar as melhores condições, comparar as taxas de juros e o custo efetivo total (CET) da operação, e avaliar se você tem capacidade de pagamento das parcelas.

Poupança menos rentável

Outro efeito da queda da Selic é a redução da rentabilidade da poupança. A poupança é um dos investimentos mais populares entre os brasileiros, por ser simples, segura e isenta de imposto de renda. No entanto, ela também é um dos investimentos menos rentáveis do mercado.

Isso porque a rentabilidade da poupança depende da Selic. Quando a taxa básica de juros está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada. Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a TR.

Com a queda da Selic para 12,75% ao ano, a poupança passou a render apenas 0,54% ao mês ou 6,54% ao ano. Isso significa que ela está perdendo para a inflação, que acumula alta de 9,68% nos últimos 12 meses2. Ou seja, quem aplica na poupança está perdendo poder de compra.

Renda fixa menos atrativa

A queda da Selic também afeta os investimentos em renda fixa, que são aqueles que têm uma rentabilidade previsível ou atrelada à taxa básica de juros ou à inflação. Alguns exemplos são os títulos públicos do Tesouro Direto, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs).

Quando a Selic cai, os investimentos em renda fixa ficam menos atrativos, pois oferecem uma rentabilidade menor. Além disso, eles podem sofrer com a marcação a mercado, que é uma atualização do valor dos títulos conforme as oscilações das taxas de juros.

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Isso significa que, se você investir em um título de renda fixa prefixado ou atrelado à inflação e precisar resgatar o dinheiro antes do vencimento, você pode ter prejuízo se as taxas de juros subirem no período.

Por isso, é importante diversificar a sua carteira de investimentos, escolhendo títulos com diferentes prazos e rentabilidades, e sempre respeitando o seu perfil de risco, os seus objetivos e o seu horizonte de investimento.

Renda variável mais interessante

Por fim, a queda da Selic também tem impacto nos investimentos em renda variável, que são aqueles que têm uma rentabilidade imprevisível e dependem das oscilações do mercado. Alguns exemplos são as ações, os fundos imobiliários, os fundos de ações e os fundos multimercado.

Quando a Selic cai, os investimentos em renda variável ficam mais interessantes, pois oferecem uma rentabilidade potencial maior. Além disso, eles podem se beneficiar da melhora das expectativas para a economia, que tende a favorecer os lucros das empresas e o valor dos ativos.

No entanto, é preciso ter cuidado com os riscos envolvidos nesse tipo de investimento, que podem gerar perdas significativas em caso de volatilidade do mercado. Por isso, é essencial ter conhecimento, planejamento e disciplina para investir em renda variável.

Conclusão

A queda da Selic é uma boa notícia para a economia brasileira, que enfrenta uma crise provocada pela pandemia de Covid-19. A redução dos juros estimula o consumo, o investimento, o crescimento econômico e a geração de empregos.

No entanto, a queda da Selic também traz desafios para os investidores, que precisam buscar alternativas mais rentáveis e diversificadas para aplicar o seu dinheiro. Nesse cenário, é importante contar com a ajuda de profissionais qualificados e plataformas confiáveis para fazer as melhores escolhas para o seu perfil e os seus objetivos financeiros.

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Fontes: 1. g1.globo.com 2. bcb.gov.br 3. economia.uol.com.br

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